Dizem que é a next big thing da pop mundial. Dizem isso de quase todos a toda a hora. Mas o projeto Superorganism tem qualquer coisa de facto.
Para começar, junta uma miúda japonesa de 17 anos, duas vocalistas neozelandesas e uma banda indie de alguns créditos, os The Eversons, num total de oito membros. Depois, assenta num processo criativo baseado no Skype e nos encontros durante as tournés dos The Eversons. E depois ainda, e mais importante, produz um som novo e distinto, cheio de ironia e referências críticas, mas sem ter de ser pomposo e enfadonho. A mise-en-scéne também ajuda e demonstra que, no universo da pop contemporânea, os olhos também ouvem.
Toda a gente os cita, de rappers a dj's. Toda a gente se oferece para produzir e para o indispensável ft. numa ou noutra faixa. Mas o álbum de estreia, auto-intitulado, não precisa de mais ninguém. Já tem seis singles, destacando-se o superorelhudo "Everybody Wants to be Famous", e, em boa verdade, quase todas as faixas podem ser transformadas em músicas da moda.
Costumo desconfiar quando o fenómeno é assim tão generalizado e tão intenso, mas que há aqui qualquer coisa de mais profundo, ai isso há.
Um dos discos do ano.
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