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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2018

Brad Meldhau - After Bach

O grande rock sinfónico nunca escondeu que plagiava Bach, mas o jazz parecia ser menos devedor do genial compositor alemão. Afinal, o mais recente álbum do virtuoso Meldhau demonstra que não é bem assim. Com alguma ousadia, Meldhau interpreta e logo em seguida reinventa, a partir dos cânones do jazz, várias peças de Bach. Muito interessante, para as tardes de chuva, que, infelizmente, não têm faltado.

Superorganism - Superorganism

Dizem que é a next big thing da pop mundial. Dizem isso de quase todos a toda a hora. Mas o projeto Superorganism tem qualquer coisa de facto. Para começar, junta uma miúda japonesa de 17 anos, duas vocalistas neozelandesas e uma banda indie de alguns créditos, os The Eversons, num total de oito membros. Depois, assenta num processo criativo baseado no Skype e nos encontros durante as tournés dos The Eversons. E depois ainda, e mais importante, produz um som novo e distinto, cheio de ironia e referências críticas, mas sem ter de ser pomposo e enfadonho. A mise-en-scéne também ajuda e demonstra que, no universo da pop contemporânea, os olhos também ouvem. Toda a gente os cita, de rappers a dj's. Toda a gente se oferece para produzir e para o indispensável ft. numa ou noutra faixa. Mas o álbum de estreia, auto-intitulado, não precisa de mais ninguém. Já tem seis singles, destacando-se o superorelhudo "Everybody Wants to be Famous", e, em boa verdade, quase todas as fa

John Barry, "Indecent Proposal Theme"

Depois de vos ter revelado a importância que tem a banda sonora de Merry Christmas, Mr. Lawrence para a minha sanidade mental, fiquei a pensar que o filme que está na sua origem não me diz nada. Vi-o, nem sei bem quando, e nunca mais pensei nele. Julgo que até o achei enfadonho e um pouco incómodo. Já com a banda sonora foi diferente. Acontece-me muito. Filmes marcantes com más bandas sonoras e, ainda mais frequentemente, filmes banais ou mesmo maus com grandes bandas sonoras. É esse o caso de "Proposta Indecente", de Adrian Lyne (1993), com Robert Redford e Demi Moore. O filme é ridículo. A banda sonora, particularmente a sua componente instrumental, é brutal! Nem sequer consigo imaginar como é que John Barry resolveu aceitar musicar um filme em que um milionário paga um milhão de dólares para passar a noite com a mulher de um coitado de um arquitecto, mas ainda bem que o fez, porque criou uma cenário musical belíssimo e justificou, por si só, o dinheiro que investira

Ryuichi Sakamoto, "Merry Christmas Mr. Lawrence"

Na banda sonora de uma vida não pode faltar o Natal de Mr. Lawrence. Sempre que um homem quiser.

Bahamas, "Way with Words"

Há sempre uma canção para todo e qualquer estado de espírito. Sobretudo para dizer aquilo que não queremos ou não sabemos como dizer. Em quase todas as áreas e circunstâncias da nossa vida. "Way with words" é uma canção sobre dificuldades de comunicação. Sobre mal-entendidos e manipulação das palavras. Quase todas as crises são, de alguma forma, crises de comunicação. Desabafar através da música é das formas mais tranquilizadoras de desabafar. I won't protest but I won't be the same 'Cause I'm the only one who has my name

Entradas Novas - Especial Suécia

Esta semana, as entradas novas são todas da Suécia. Aliás, a música produzida naquele país escandinavo dava um blog, extenso e diversificado, tal é a riqueza e a variedade do panorama musical sueco e mesmo escandinavo em geral. Curioso é que, ao contrário do que diriam alguns de imediato, por impulso, a culpa não é do mercado, mas sim do Estado, já que as políticas de fomento e promoção da cultura na Suécia são assumidamente estatizadas, dirigidas por agências especializadas e repletas de sucesso. Hoje falaremos de Lykke Li e da superbanda Liv, mas poderíamos falar de Avicii, José Gonzalez, Robyn, The Hives, Peter Bjorn and John, Little Dragon, Icona Pop, Miike Snow, Swedish House Mafia, Tove Lo, e muitos outros... 1. Lykke Li, "Time in a Bottle" O regresso da cantora sueca é um cover de Jim Croce, mas podia perfeitamente ser um novo original. A marca sonora e narrativa de Li está lá, arranhando as palavras, invariavelmente trágica, mas ao mesmo tempo inocente. Não